Icaraizinho de Amontada, praia do litoral Oeste cearense, é considerada um verdadeiro paraíso. Tem a riqueza da beleza natural, da preservação e dos bons ventos que atraem velejadores do mundo inteiro. Tudo isso somado à boa estrutura hoteleira e gastronômica do local. É lá que nos próximos dias 15 e 16 de dezembro acontece o Festival Ojuobá de Esporte e Cultura.
Campeonato de kitesurf, apresentação de capoeira e shows marcam a programação do Festival, que em 2018 tem como tema "O redespertar à Cultura dos Povos do Mar". Com isso, levanta a bandeira da pesca artesanal, que é umas das principais garantias de sustento e desenvolvimento das praias da região, e presta uma homenagem aos pescadores que ainda mantêm essa prática, “remando contra a maré” do avanço das novas formas e tecnologias de pesca. Esta edição do Festival Ojuobá coloca em discussão as maiores necessidades desses povos do mar, além de resgatar a pesca artesanal e outras atividades que abrangem o setor.
Com estrutura montada ao lado do restaurante Casa Marujo, que conta com feira de artesanato e comidas típicas, o Festival começa no sábado (15) com o Campeonato de Kitesurf Strepless Freestyle, aberto a praticantes profissionais e amadores em duas categorias: Feminino e Masculino. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do e-mail contact@kiteclubicaraizinho.com ou pelo whatsapp +33-6-64-15-0177 (Alan).
Os três primeiros lugares de cada categoria recebem prêmio em dinheiro no valor de R$ 600,00, R$ 500,00 e R$ 400,00, respectivamente, e serão contemplados com colares/medalhas confeccionados em pedrinhas do litoral cearense pela artesã pernambucana Maria Teresa Pontes, que há três anos criou a marca Têra, produzindo peças autorais únicas.
No domingo (16) de manhã acontece a Regata de Paquete, que é um tipo de jangada com aproximadamente metade do comprimento da jangada grande. Realizada pela comunidade de pescadores de Icaraizinho, a regata contará com a participação de pescadores artesanais de Icaraiznho e praias vizinhas. A premiação da Regata de Paquetes está marcada para as 16 horas. Na sequência, apresenta-se o grupo de capoeira Armada Dupla, da Sabiaguaba, formado por cerca de 20 alunos do professor Edson. Além da roda, os participantes vão apresentar um trabalho de capoeira que já vêm desenvolvendo.
A homenagem à Cultura dos Povos do Mar será no domingo, às 19 horas, com a presença de pescadores da região. Será um momento de comemoração, no melhor estilo praieiro, com fogueira e assado de peixe, na beira da praia.
A programação artística de sábado e domingo começa às 19h, com as atrizes-palhaças Ana Nogueira e Fabiana Pirro, respectivamente, Dona Pequena e Uruba. Elas integram o Coletivo de Palhaçaria Violetas da Aurora, grupo criado no Recife (PE) em agosto de 2017, que pesquisa a comicidade feminina.
No sábado, depois do cortejo, Fabiana Pirro apresenta a performance #MedusaMusaMulher, criação sua com texto da poeta Cida Pedrosa. A artista propõe uma reflexão da mulher culpada por sua beleza e assim violada, alertando as mulheres, por meio do mito da Medusa, o quanto é antiga a tentativa de culpabilizar as vítimas de estupro.
O Festival embala o público nas duas noites, a partir das 21h, com uma programação de shows e DJs. No sábado, começa com o show “Forró Arrasta Pé”, de Paula Tesser e Banda. Em seguida, a atração é a DJ Maarji, que apresenta uma viagem musical mostrando sua pesquisa em raridades de disco music, boogie, groove, dance e jazz, sempre com uma pegada dançante e eclética.
Paula Tesser
Foto: Nicolas Gondim
No domingo, a banda Dona Zefinha apresenta o show “Da Silva el Hijo de las Américas”. Com esse trabalho, baseado na vida do povo latino, Dona Zefinha aposta numa pegada envolvente e divertida, quente fervendo como seus músicos sabem fazer, com arranjos inspirados nas expressões artísticas populares e fusões de ritmos como tango, bolero, cúmbia, arrocha, samba, milonga e carnavalito, somado aos sons da rabeca, sanfona, guitarra e sopros, trazendo um clima dançante tropical.
Para encerrar esta edição, festa no domingo com Tertúlia Black Vândala, um coletivo de DJs e agitadores culturais de Fortaleza, que têm como marca registrada a black music em suas diversas vertentes soul, R&B, funk, boogie e disco. Os DJs se revezam tocando com vinil e digital um som dançante, revisitando a atmosfera das discotecas, tertúlias dos anos 70, 80, bailes black e do lendário programa de tv americano Soul Train.
Dona Zefinha
Foto: Divulgação