“Não consigo lembrar de mim fora de um teatro”. É assim que Bibi Ferreira, 96 anos, 76 como atriz, cantora, diretora e produtora, se descrevia. A trajetória pessoal e profissional dessa estrela brasileira só poderia ser contada e celebrada levando para o palco o próprio palco, das companhias de comédia, do teatro de revista, dos grandes musicais e do teatro engajado em que ela atuou. Assim é BIBI, uma vida em musical, um espetáculo inédito, escrito por Artur Xexéo e Luanna Guimarães, sob direção geral de Tadeu Aguiar, que estará em cartaz em Fortaleza no Theatro José de Alencar nos dias 13, 14 e 15 de setembro.
A atriz paulistana Amanda Acosta vive Bibi. Ela foi Eliza Doolittle na montagem paulista de “My Fair Lady” de 2006, o mesmo papel que Bibi Ferreira fez na primeira montagem brasileira da peça americana. Amanda foi integrante do Trem da Alegria, de 1988 a 1992, quando o trio se desfez. Atriz de cinema e TV, ela fez no teatro musical “Essa é a nossa Canção”, “Baby, o Musical” e “4Faces do Amor”, todas sob direção de Tadeu Aguiar. Amanda Acosta venceu quase todos os prêmios de melhor atriz.
Em BIBI, uma vida em musical, a história familiar, profissional e amorosa da artista se enredam. A formação em música, dança e línguas estrangeiras foi estimulada pela mãe Aida Izquierdo, bailarina espanhola. A estreia profissional no teatro, aos 19 anos, foi pela mão do pai, o ator Procópio Ferreira, em papel escrito por ele para a filha. Assim, o musical percorre todas as fases da vida de Bibi, da escolha do seu nome, sua preparação para os palcos, os espetáculos musicais como os inesquecíveis “Gota d’Água”, de Paulo Pontes e Chico Buarque, “My Fair Lady”, “Alô Dolly” e “Piaf, a Vida de Uma Estrela da Canção”, seus casamentos, o nascimento da filha única, Tina Ferreira, as viagens para Portugal e Inglaterra a trabalho, a homenagem da escola de samba Viradouro até sua chegada a um teatro da Broadway, aos 90 anos.
Artur Xexéo [“Cartola – O Mundo é um Moinho”, “Eu Não Posso Lembrar Que Te Amei – Dalva e Herivelto”, “Hebe, o Musical”] avalia a importância de Bibi Ferreira na profissionalização do ator no Brasil, em relação ao seu ofício. “Em relação ao teatro musical, ela foi, sem dúvida, a primeira atriz brasileira pronta para o gênero. Antes dela, havia as vedetes de revista, não necessariamente atrizes, diz o coautor do texto.
Sob direção musical de Tony Lucchesi, oito músicos interpretam 33 canções, das quais cinco foram criadas para o espetáculo, letra e música, por Thereza Tinoco.Sua canção O Viajante foi tema do personagem de Tony Ramos, na novela Baila Comigo, da TV Globo. Compôs para vários infantis, para "Fica Combinado Assim", de Herval Rossano, e dois números musicais para Bibi in Concert Pop, III, a pedido de Bibi Ferreira].
BIBI, uma vida em musical tem direção geral de Tadeu Aguiar [“Quase Normal”, “Ou tudo ou Nada”, “Essa é a nossa Canção”, “4Faces do Amor”, “Para sempre ABBA”, “Eu não posso lembrar que te amei–Dalva e Herivelto”].
O espetáculo foi sucesso de público e crítica no Rio de Janeiro e em São Paulo, tendo tido 107 indicações a prêmios, fato inédito na história do teatro brasileiro. Agora segue em tournée por 07 (sete) capitais brasileiras: Salvador, Natal, Fortaleza, Maceió, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife.
Foto: Guga Melgar